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A Casa de Cultura Lufredina Araújo Gaya foi palco, nesta terça-feira (28),  da primeira edição do Festival Cultural Semana da Consciência Negra. O evento, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer (SMCEL), foi realizado em alusão ao Dia da Consciência Negra. A data, celebrada anualmente em 20 de novembro, referencia o dia do falecimento de Zumbi dos Palmares, um homem preto livre que foi escravizado, fugiu e virou líder do Quilombo dos Palmares. 

Durante a tarde, diferentes atrações se revezaram no foyer da Casa de Cultura. Com objetivo de chamar atenção para as causas do movimento de valorização do negro e apresentar um pouco do talento e da arte do povo afrodescendente, o festival contou com uma tarde recheada de entretenimento, cultura e reflexão. A abertura foi com a apresentação de dança solo da bailarina profissional, professora e circense Julia Franco. 

Coordenadora da Casa de Cultura, Maria Izabel Teixeira destacou a importância da criação do evento. “Este é um momento de reflexão para nós, de fazermos com que os nossos direitos serem executados, de estarmos sempre em busca de sermos valorizados e vistos. Somos um povo que possui grandes capacidades, uma cultura muito rica, que sabemos que é nossa”, comentou.

Após, o público pode assistir a duas performances com música de origem africana, com as integrantes da oficina de dança do Cras Território da Paz e também das alunas do Centro de Convivência do Idoso Neuza Brum, ambas ministradas pela professora Sônia Moraes. Após as danças, também houve muita poesia com o coletivo “Poetas Vivos”.

O festival também contou com uma mostra de gastronomia afro-brasileira (com comidas típicas, como acarajé e cocada), mostra de produtos de empreendedores negros (Black Fafa’s – vestuário e acessórios/Danda’Essence – velas aromâticas), exposição de quadros, feitos pelo artista Ramón Alejandro, exposição de livros de autores negros. O encerramento contou com a exibição do filme Amistad*, dirigido por Steven Spielberg que relata a história de um grupo de escravos africanos que se rebela e se apodera do controle do navio que os transporta e tenta retornar à sua terra de origem.

Data oficial
A data foi incluída em 2003 no calendário escolar nacional. Contudo, somente a Lei 12.519 de 2011 instituiu oficialmente o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. A data é uma forma de lembrar de toda a luta e sofrimento que o povo negro passou – e passa - para poder ter seus direitos como ser humano respeitado. É uma forma de combater o racismo que, mesmo depois da libertação, faz com que os negros não recebam o respeito merecido. É também forma de demonstrar a importância da população negra para a cultura e desenvolvimento da nação brasileira.