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No início do ano letivo, os 11 mil estudantes da rede municipal de Educação de Esteio receberam uma notícia simples, que poderia até passar despercebida, mas que traria uma melhoria importante para eles e que, indiretamente, contribuiria para o processo de aprendizagem. A alimentação escolar, popularmente chamada de merenda, seria qualificada em todos os refeitórios das 32 escolas municipais esteienses.

A mudança, que incluiu, por exemplo, maior oferta de “carne separada”, antes servida apenas uma vez por semana no almoço e que passou a fazer parte do cardápio em quatro dias da semana, e fim do uso de carne misturada, de proteína de soja e de moela nas refeições, surtiu o efeito desejado.

De acordo com dados da Unidade de Alimentação Escolar da Secretaria Municipal da Educação (SME), a média diária de refeições servidas passou de pouco mais de 14 mil registrada entre fevereiro e junho de 2024 para 16,7 mil no mesmo período deste ano, um aumento de cerca de 19,12%. 

Para essa qualificação, a SME investiu quase R$ 362,8 mil a mais do que no ano passado, chegando a R$ 2,03 milhões aplicados, um aumento de 21,62% em relação ao ano passado. No total, foram servidas 87,5 mil refeições entre 21 de fevereiro, quando voltaram as aulas, até o último dia de junho.

Alunos aprovam
A aprovação com a qualificação da merenda, que inclui a adição de guarnições (alimentos que acompanham o prato principal) quatro vezes por semana no almoço, aumento da porção de carne de 80g para 100g por aluno, aumento da oferta de ovos e ampliação dos tipos de frutas, pode ser observada nas escolas. “Acho muito boa a comida. Gosto de arroz, polenta, batata e também de fruta”, comentou a pequena Pérolla Valentina Dutra de Quadra, cinco anos, aluna da Pré-Escola 2 da Escola Municipal de Educação Básica (Emeb) Trindade, na Vila Pedreira, Bairro Novo Esteio.

Uma turma adiante, Luciano Isaías Moreno Gonzalez, seis anos, concorda com a colega de escola. “Está muito boa. Eu gosto mais de carne, mas também do arroz, feijão e ovo”, contou o estudante do primeiro ano do Ensino Fundamental.

Umas das responsáveis por preparar a comida da Pérolla, do Luciano e de mais 81 alunos, a cozinheira Nathaly Termín, 39 anos, tem observado a melhor aceitação dos alimentos que são servidos. “Melhorou bastante. Principalmente as frutas e a carne”, comentou. “Os alunos estão se alimentando bem, ficam satisfeitos”, disse na manhã desta terça-feira (8) enquanto servia os estudantes.

Vai além da alimentação
Para o responsável pela Unidade de Alimentação Escolar da SME, Cassius Valter, a qualificação do cardápio representa um avanço importante na garantia do direito à alimentação saudável, conforme prevê o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). “Ela melhora o acesso das crianças a alimentos mais variados, frescos e nutritivos, o que contribui para o crescimento adequado e a prevenção de doenças”, destaca o nutricionista.

Cassius diz que as mudanças também fortalecem a segurança alimentar, com controle mais rigoroso na produção e no preparo das refeições, além da qualificação das equipes envolvidas. “A qualificaão também impacta diretamente na aprendizagem: alunos bem alimentados têm mais atenção, frequência e rendimento. A merenda escolar, nesse contexto, passa a ser uma aliada não só da saúde, mas da educação”, completa.

Os recursos para a qualificação da merenda são oriundos, principalmente, da mudança da antiga Emeb Vitorina Fabre para Escola Municipal de Educação Infantil (Emei). Isso fez com que a Administração Municipal diminuísse o número de vagas adquiridas em instituições particulares, o que proporcionou uma economia aos cofres públicos municipais.

Merenda escolar
Média de refeições diárias (dias letivos)
Fev/jun 2024: 14.033
Fev/jun 2025: 16.717
Diferença: 2.684 (19,12%)

Valor investido
Fev/jun 2024: R$ 1.673.623,73
Fev/jun 2025: R$ 2.035.441,71
Diferença: R$ 361.817,98 (21,62%)

Média per capita investido
Fev/jun 2024: R$ 1,49
Fev/jun 2025: R$ 1,67
Diferença: R$ 0,17 (11,48%)