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Minicrônicas falam do cotidiano dos alunos da Emei Vitorina Fabre

05/12/2025

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Créditos: Rosiele de Mello

Quem atravessa os portões da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Vitorina Fabre, no Bairro Centro, em um dia comum talvez não imagine que, entre brinquedos e passos miúdos, existe um universo inteiro de narrativas sendo tecido em silêncio.

Por trás de cada cena espontânea dos alunos no dia a dia, há um olhar cuidadoso registrando o que muitos adultos talvez não percebessem. Esse olhar é da professora Denise Santos do Amaral, que transforma instantes simples em minicrônicas capazes de revelar a força e a poesia do brincar.

A prática tornou-se mais do que um método. Virou um registro pedagógico sensível. Pequenos recortes do cotidiano, capturados em fotografias e traduzidos em textos breves, delicados e profundamente humanos, publicados no Instagran e no Facebook da instituição. 

Segundo a professora, o maior valor da atividade está justamente nesse reconhecimento do brincar como linguagem. “A mini-história é o protagonismo da criança acontecendo. É mostrar do que ela é capaz, aquilo que parece tão simples, mas é o trabalho dela: o brincar”, explica Denise, que começou na escola em fevereiro deste ano.


O olhar que captura o invisível
As narrativas postadas nas redes sociais da escola começam muito antes da escrita. Elas surgem no silêncio de quem observa com afeto.

Às vezes, Denise escuta um som curioso como o “tec” imaginário de uma máquina registradora. Em outras ocasiões, percebe o pé tímido de uma criança diante de um brinquedo grande demais. Quando identifica que dali pode nascer uma história, ela fotografa, anota falas, guarda gestos. Cada fragmento vira material que, mais tarde, transforma-se em texto.

Entre um cuidado e outro, com o celular sempre à mão, não deixa escapar nenhuma cena. Registra aquilo que só poderia ser visto  de forma espontânea e verdadeira. Nada é ensaiado.


Quando a escola se revela para as famílias
As pequenas crônicas também são enviadas junto ao portfólio semestral dos estudantes.

A diretora da Emei, Maria Eduarda Chitolina, destaca que o impacto do projeto vai muito além da sala de aula. Para ela, a prática demonstra o compromisso da equipe com uma escuta sensível da infância. “A minicrônica mostra a essência do cotidiano dos pequenos. O brincar, que é tão sério, também é construção de si. Mostra como a criança elabora emoções, como se relaciona, como supera desafios”, afirma.

Entre os pais, a iniciativa da professora e da escola tem recebido elogios.

A contadora Rita de Cássia Corrêa Pacheco, 45 anos, é uma das que reconhece o valor da iniciativa. “Eu achei muito legal a ideia. Demonstra o olhar sensível e atento da professora, que consegue transformar em poesia as brincadeiras do dia a dia”, comenta a moradora do Centro. “A linguagem é simples, mas transmite a criatividade e a emoção do universo infantil”, elogia a contadora, mãe do pequeno Francisco Larsen Pacheco, três anos, o menino da caixa registradora.

Outra mãe que aplaude a iniciativa é Bárbara Ritter, engenheira química de 38 anos. Mãe do Bernardo, de dois anos e meio, também do Maternal 1, ela conta que encontrou nas histórias um retrato afetivo da rotina do filho, que entrou na escola no final do primeiro semestre. “A Denise me tranquilizou na reunião inicial, e a Jojo foi a primeira amiga dele. Quando vi o texto, fiquei emocionada pela amizade e por perceber o olhar da professora para eles, para o cotidiano. Amo as histórias e acho uma forma linda de conhecer um pouco mais sobre os alunos”, destaca.

E, para o ano que vem, Rita e Bárbara e outras mamães da Emei Vitorina continuarão apreciando as aventuras e brincadeiras dos seus pequenos que, sob olhar da professora, se transformam em narrativas eternizadas. O objetivo é que a ação se expanda cada vez mais, com a adesão de outras professora, para que mais pais possam acompanhar a rotina dos seus filhos desta forma tão tão sensível e humanizada através das minicrônicas


Duas historinhas
Theodora supera o desafio
Uma das histórias que mais marcaram a professora aconteceu logo nos primeiros dias de aula deste ano. Theodora, pequena no tamanho e no jeito, encarava desconfiada o enorme escorregador da pracinha.

Com seu olhar atento, Denise viu a menina colocar um pé, depois o outro, hesitar, voltar, tentar de novo. Até que, finalmente, conseguiu subir. No último degrau, comemorou como quem vence um grande desafio.

A mini-história virou registro de coragem e memória para a família, que pôde acompanhar, pelas imagens e pela escrita, o exato instante em que a filha alcançou seu objetivo.


Francisco e a caixa registradora
O que para os adultos pode parecer “faz de conta”, na Educação Infantil é conhecimento puro.

Francisco transformou a mesinha da sala em caixa de supermercado, reproduzindo sons, movimentos e rotinas do mundo real. Em outra turma, crianças transformaram porongos em mamadeiras. Pedro assumiu o papel de médico, examinando colegas com seriedade e imaginação. Jorgelly, uma menina venezuelana chamada carinhosamente como Jojo, teve sua microcrônica escrita também em espanhol para que se sentisse acolhida em sua língua materna.

Veja outras história na galeria de fotos abaixo.

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